Já há muito tempo que não assistia a um espectáculo no Coliseu do Porto, e mais ainda perante um Coliseu completamente cheio. É bonito, cria um ambiente fantástico e só aumenta as expectativas para os que se seguem. Finalmente este ano aquela sala voltou a ter um calendário como devia.
No primeiro concerto da digressão passados tantos anos, os Portishead parece que nunca deixaram os palcos. As músicas novas misturam-se na perfeição com as belas relíquias que já contam mais de 10 anos, num alinhamento perfeitamente equilibridado. A voz da senhora continua a ser a mais fiel expressão da tristeza e a concepção e iluminação do palco é um grande instrumento para o ambiente de entrega e envolvimento do público.
Descobri uma coisa que nunca me tinha apercebido, que o que eu gosto na Beth não é só a voz, mas é em grande parte a dicção, o som da palavras. E vim cheia de ganas de ouvir o disco novo, coisa que me andava a faltar, as músicas novas agigantam-se ao vivo e tenho a sensação que este é daqueles que crescem.
[e no Porto choveu exactamente como chove em Bristol quando eu a imagino]
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Alinhamento:
Silence
Hunter
Mysterons
The Rip
Glory Box
Numb
Magic Doors
Wandering Star
Machine Gun
Over
Sour Times
Only You
Nylon Smile
Cowboys
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Threads
Roads
We Carry On